O Professor

De acordo com (), o professor deve livrar-se do estigma de detentor do conhecimento e se transformar em um guia que oferece dicas e estímulos para que os alunos aprendam. Nesta abordagem de ensino, o professor será o ``parceiro'' do aluno liderando atividades que visem a exploração e a descoberta, e que favoreçam a criatividade e a interação do aluno com o assunto abordado.

Neste processo de ensino-aprendizagem, o professor irá incentivar e ajudar o aluno a descobrir por si só o mundo matemático, seus conceitos e suas propriedades. As dicas e conselhos do professor, devem ser tomados como valiosos preceitos que servirão como guias durante o processo de descoberta. Dessa forma, é possível estimular a curiosidade sobre a matemática, e não apenas incentivar a busca por uma resposta.

O uso do computador nas escolas vem recebendo grande atenção por parte dos educadores. () acredita que o uso desta tecnologia trás grandes benefícios ao ensino, não apenas pelas inovações nas formas de se apresentar o conteúdo, mas também por causa da inevitável mudança nos métodos de ensino que favorece a visão de parceria e troca de experiências entre professores e alunos.

Em diversas escolas do ensino médio e superior o uso do computador está cada vez mais presente no cotidiano e vêem sendo incorporado ao currículo escolar, principalmente na área de Matemática (, ). Devido a este fato, o professor tem sido progressivamente cobrado a utilizar o computador em suas aulas.

No ensino de Matemática, os programas de GD podem ajudar o professor a introduzir os conceitos de matemática/geometria utilizando o computador. Além disso, a forma como será apresentado o conteúdo poderá proporcionar um maior aprendizado por parte dos alunos. Pois como destaca (), as atividades com a GD oferecem ao professor ferramentas para trabalhar com as capacidades de visualizar, transformar, generalizar, refletir e se comunicar com a informação, habilidades consideradas fundamentais para guiar o aluno durante uma atividade matemática. Além disso, segundo estes mesmos autores o uso sistemático dos programas de GD proporciona: (a) atividades que sejam interligadas por seus conteúdos e suas diferentes representações; (b) a oportunidades para o aluno pensar e questionar as atividades, propondo e respondendo questões (as respostas não precisam estar corretas); e (c) com as respostas dos alunos é possível que o professor realize uma reflexão das atividades para chegar em uma conclusão formal.

Segundo ():

``Os programas de Geometria Dinâmica auxiliam o professor a criar ambientes de aprendizado nos quais o aluno pode experimentar e observar a permanência ou não de propriedades matemáticas, propondo e verificando conjecturas de forma muito mais simples se comparada a qualquer outra forma tradicional utilizando régua e compasso.''

Contudo, todo o potencial benéfico que os programas de GD oferecem requer o preparo adequado por parte do professor e um grande esforço de sua parte na preparação de conteúdo. Como muito bem observa (), a tarefa de utilizar os programas de GD não é simples, pois embora os programas de GD permitam elaborar situações que favorecem a construção de conhecimentos, eles não ensinam nada. Cabe ao professor criar bons problemas que usem recursos da GD, propiciando ao aluno o aprimoramento das suas habilidades matemáticas/geométricas.

Uma outra questão que surge com a inserção dos programas de GD (e de outros programas para ensino por computador) é a dificuldade, por parte do professor, em validar a resposta do aluno durante a realização de um exercício e acompanhá-lo durante as atividades propostas (, ). A razão disso é que a maior parte da interação ocorre entre aluno-computador e o professor na maioria das vezes não têm acesso a essa interação.

Neste contexto, as ferramentas que facilitam a produção, validação e gerenciamento de exercícios são fundamentais para auxiliar o professor na elaboração e análise das atividades com os programas de GD. Segundo (), os programas que permitem ao professor desenvolver exercícios práticos, que podem ser resolvidos utilizando diferentes estratégias, são os mais recomendados para o ensino de Matemática. Além disso, através das ferramentas de validação automática de exercícios, diminuímos a carga de trabalho do professor e, se estas ferramentas estiverem interligadas a um sistema de gerenciamento de conteúdo/curso (por exemplo, o já citado SAW - seção [*]), podemos catalogar os trabalhos realizados pelos alunos. Posteriormente, o professor pode usar este catálogo para verificar as estratégias e as dificuldades encontradas por seus alunos durante as atividades realizadas, tanto no modo presencial quanto à distância.

Seiji Isotani 2006-10-04